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Arquitetos: URBANUS
- Área: 1090 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Chao Zhang
Descrição enviada pela equipe de projeto. Nantou, região onde uma cidade milenar e uma vibrante vila urbana colidem e se integram, tem sido inserida na grande narrativa nacional que marca a relação entre Shenzhen e Hong Kong enquanto vive sua vida diária trivial por mais de 20 anos. No início de 2016, a URBANUS foi convidada a realizar um estudo espacial abrangente da Antiga Cidade de Nantou, um exemplo do patrimônio urbano e cultural de Shenzhen, abrangendo vários períodos históricos. Através de documentos e pesquisas de campo, a URBANUS desenvolveu uma estratégia de regeneração focada em renovar Nantou através da revitalização incremental que impacta grandes comunidades com intervenções em microescala, bem como organizando eventos culturais.
Em 2017, a URBANUS atuou como equipe curatorial e trouxe a "Bienal de Urbanismo e Arquitetura de Shenzhen-Hong Kong" para a Antiga Cidade de Nantou. O evento marcou o início da preservação e revitalização de Nantou por meio da integração da renovação espacial com a exposição. Retornando em 2019, a URBANUS retomou seu trabalho aplicando o conceito de "Coexistência Urbana" à transformação do Edifício de Uso Misto Nantou. Este projeto demonstra uma abordagem progressiva de regeneração, focando em preservar camadas históricas através de colagens e sobreposições, em vez de substituições.
O Edifício Nantou, localizado ao lado da Praça Baode, no coração da Antiga Cidade, é um aglomerado híbrido de cinco edifícios individuais construídos durante diferentes períodos da história, exibindo paletas diversas de material, estrutura e estilo. O projeto de reutilização adaptativa preserva a complexidade, contradição e conflitos dos edifícios existentes. Vestígios de adições e transformações foram mantidos na remodelação tanto do interior quanto do exterior. Dois novos volumes, um retangular e um curvilíneo, um sólido e um vazio, são sobrepostos na cobertura, com um pequeno jardim suspenso dentro.
As paredes exteriores dos cinco edifícios não apenas marcam os limites da propriedade, mas também desempenham um papel significativo em sua integridade estrutural geral. O projeto preserva cuidadosamente a fachada existente, removendo paredes divisórias e substituindo as adições caóticas que representam um risco estrutural. Um vazio central foi criado para acomodar um novo elevador e escada, formando um "núcleo de circulação". Espaços comuns em cada nível se estendem para fora, perfurando a fachada ao criar elementos versáteis de aço vermelho que servem como portas, toldos, varandas, passarelas e escadas. Isso proporciona um percurso notável, como se o usuário estivesse navegando pelos vãos entre os edifícios. Os espaços entre os volumes, juntamente com a adição de claraboias, introduzem luz natural no térreo, melhorando significativamente o ambiente interno e a atmosfera.
Antes da renovação, os cinco edifícios possuíam seus próprios sistemas de circulação. O térreo estava repleto de lojas e barracas, oferecendo uma variedade de programas e atividades para o espaço público circundante, e contribuindo para o vibrante estilo de vida da cidade. A renovação mantém o layout compacto e vibrante do térreo, aprimorando-o com espaços semi-externos adicionais. Com entradas independentes em cada perímetro, uma escada exterior pré-existente ao lado da Praça Baode foi adaptada para permitir o acesso direto ao segundo andar após a renovação. O segundo, terceiro e quarto andar dos edifícios existentes eram divididos em 29 unidades residenciais pequenas e superlotadas. A circulação interna foi rearranjada por meio da utilização de aberturas pré-existentes, abrindo passagens e criando corredores. A "circulação fechada" conecta espaços de cada edifício em alturas diferentes para facilitar interações sociais, ao mesmo tempo em que proporciona um layout flexível.
O projeto preserva meticulosamente os diversos materiais da fachada existente, com substituição seletiva ou complementação de mosaicos e pintura colorida. A colagem de materiais antigos e novos, juntamente com o entrelaçamento intricado entre eles, reflete a essência autêntica do Edifício de Nantou. Um volume vermelho semicircular se estende do quarto para o quinto andar, sobreposto a um volume verde retangular com espaços semi-externos, ambos na cobertura. Essas estruturas interagem com o ambiente de dupla altura e as claraboias, harmonizando com o terraço. Este projeto inovador reúne as coberturas anteriormente separadas em um único jardim tranquilo, criando um oásis em meio à agitação da vila urbana. Cada parte do edifício, das lojas no nível da rua e dos espaços internos ao terraço, exala uma tensão dinâmica que leva à revelação final: um mini "Arcadia Vertical" desdobrando-se amplamente, um refúgio sereno escondido acima da agitação urbana.
O Edifício Nantou é um testemunho da história em evolução dos bairros urbanos de Shenzhen. Sua reforma reorganizou o caos existente, criando um "micro complexo" aberto dentro da densamente povoada Nantou. Ele atende às demandas sociais e culturais da vida contemporânea e introduz uma nova tipologia de espaços comunais verticais que são públicos e acessíveis, pavimentando o caminho para futuros desenvolvimentos de comunidades urbanas. Diante da extensa construção, aprimorar e otimizar estruturas e ambientes originais emerge como uma estratégia crucial contra a homogeneização urbana. O Edifício Nantou representa um experimento significativo da URBANUS sob o ethos da "Coexistência Urbana". Ele transcende a mera inovação arquitetônica, apresentando uma mudança de paradigma no pensamento e no conceito.
